O Nó
Numa reunião de pais numa escola da periferia, a directora realçava o
apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes que estivessem
presentes o maior tempo possível...
Considerava que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade
trabalhassem fora, deviam encontrar tempo para se dedicarem e compreenderem
os filhos.
A directora ficou muito surpreendida quando um pai se levantou e
explicou, de forma humilde, que não tinha tempo de falar nem de ver o filho
durante a semana pois, quando ele saía para trabalhar, o filho ainda estava
a dormir e, quando voltava do trabalho, o garoto já não estava acordado.
Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para sustentar a família,
mas que ficava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava
redimir-se indo beijá-lo todas as noites quando chegava a casa.
E, para que o filho soubesse da sua presença, dava um nó na ponta do
lençol que o cobria. Fazia isto religiosamente todas as noites quando o
beijava. Quando o filho acordava e via o nó, sabia assim que o pai tinha lá
estado e o tinha beijado. O nó, era o meio de comunicação entre eles.
A directora emocionou-se com a história e ficou surpreendida quando
constatou que o filho deste pai era um dos melhores alunos da escola!
O facto faz-nos reflectir sobre as muitas maneiras das pessoas estarem
presentes e de se comunicarem com os outros. Este pai encontrou a sua,
simples mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através
do nó afectivo, o que o pai lhe queria dizer.
Gestos simples como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam para
aquele filho muito mais do que os presentes ou as desculpas vazias.
É por esta razão que um beijo cura a dor de cabeça, o arranhão no
joelho, o medo do escuro. As pessoas podem não entender o significado de muitas
palavras, mas SABEM registar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja
apenas um nó num lençol...
Pensem nisto...
Friday, July 21, 2006
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1 comment:
Muito lindo!
Faz realmente pensar...
beijocas
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